As Centrais Sindicais e o Ministério Público do Trabalho (MPT) lançaram um aplicativo para receber denúncias de assédio eleitoral. Para o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi, a iniciativa é importante para evitar a manipulação da população, inclusive a mais humilde.
Segundo as Centrais, a campanha é uma ação que visa esclarecer e combater o assédio eleitoral, protegendo a liberdade individual de voto. A iniciativa envolve Força Sindical, CUT, CTB, NCST, UGT, CSB, Pública, Intersindical.
Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, lembra que a legislação proíbe que as empresas tentem induzir seus funcionários a votarem em quaisquer candidatos. “Por isso, é fundamental essa parceria com o MPT para o recebimento de denúncias e o encaminhamento delas para a Justiça Eleitoral.”
Os trabalhadores não vão precisar baixar o app. Os sites das centrais e o MPT vão colocar em suas páginas o QR Code onde o trabalhador, com seu celular, poderá acessar o canal e denunciar caso seja vítima de assédio eleitoral no ambiente de trabalho.
O assédio eleitoral, muitas vezes, ocorre de maneira sutil, de acordo com a procuradora do MPT Priscila Moreto. “Quando um empregador defende que seus funcionários votem em determinado candidato porque, assim, a empresa continuará crescendo”, diz Moreto Caso o trabalhador não vote no candidato do patrão, o empregador diz que haverá mudanças, quando não demissões. “Essa é uma das formas do assédio eleitoral”, disse.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, destacou a importância da campanha para o fortalecimento da democracia. “O voto é um direito conquistado.” De acordo com o sindicalista, devemos estimular o voto livre e consciente. “Vivemos numa democracia em que o poder de tomar decisões está com cidadão, através do voto”, reforçou. “O voto livre de democrático é uma ferramenta muito importante para as decisões da sociedade”, disse.
Eleições de 2022 – Centrais e o MPT fizeram a mesma parceria de agora, e o resultado foi o recebimento de 3,5 mil denúncias de assédio eleitoral, um percentual 1.600% maior do que o registrado nas eleições de 2018. Também foi lançada uma cartilha para que os trabalhadores identifiquem as abordagens ilícitas no ambiente de trabalho.