
O Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte de justiça do país, o guardião da Constituição, está, na figura do Ministro Alexandre de Moraes, sob forte ataque.
A extrema-direita, representada pela família Bolsonaro e seus acólitos, não mede esforços para denegrir o Supremo e conspirar contra a estabilidade política, econômica e social do Brasil. A estultice é tão desmedida que, agora, querem submeter o magistrado às leis estadunidenses.
Um dos filhos do líder da tentativa de golpe, com mandato de deputado federal, faz constantes incursões pelos corredores do legislativo norte-americano, na tentativa de convencê-los a ‘engrossar o caldo’ contra a corte brasileira e, particularmente, contra Moraes. Querem convencer os Republicanos mais radicais e atrasados, de que no Brasil não há liberdade de expressão e que o Supremo atua como se fosse um tribunal de exceção, perseguidor da direita.
Coisa mais descabida que essa jamais vimos por essas bandas. Não há como não acusá-los de traidores da pátria, pois enquanto conspiram lá fora, fomentam a discórdia e a divisão da sociedade brasileira, já esgarçada pelas ‘fake news’ que circulam, não só nas redes sociais, mas também em setores reacionários da grande imprensa.
A pergunta que paira no ar é: a quem servem esses senhores? Ao interesse da nação? Do povo? Claro que não. Constituem uma ‘quinta coluna’, pois, covardes que são, não assumem suas responsabilidades pelo que fizeram, e vão, desesperadamente pedir ajuda a terceiros, à extrema-direita ianque, para que intervenham em nossos assuntos internos e cassem nossa independência política e jurídica. É vergonhoso!
Enquanto isso, o país continua trabalhando, pois afinal, é isso que importa. Os chamados índices macroeconômicos continuam firmes, com o PIB crescendo e o desemprego em seu mais baixo nível. Informações do CAGED dão conta de que foram abertos 137.303 postos de trabalho em janeiro de 2025. O pessoal da Faria Lima deve estar de cabelos em pé, pois isso significa crescimento econômico. Em outro front, o dólar continua calmo e a Bolsa de Valores sem sobressaltos. Se a economia estivesse à beira do abismo, como tantos querem que o povo acredite, o comportamento desses indicadores seria bem diferente.
Mas como dizia a saudosa economista Maria da Conceição Tavares, “o povo não come PIB”, isto é, as pessoas não veem e não entendem os dados macroeconômicos, e sentem, no bolso, a alta dos preços dos alimentos, o que, na realidade é o que mais lhes importa, embora esquecem que agora têm emprego e salários, que não tinham antes. A direita, esperta, sabe disso, e põe o governo contra a parede, acusando-o de responsabilidade pela alta da alimentação. E isso funciona, como mostram as últimas pesquisas sobre a aprovação do governo, que caiu expressivamente. Isso dá mais força aos do contra e à bancada de oposição no Congresso. Nessas horas, a soberania do país pouco importa, o que vale são os interesses eleitoreiros, pessoais e corporativos.
Se o povo que trabalha e ganha pouco, desinformado ou mal informado, ignora todas essas questões, é tempo, aliás, já passou da hora, de o Movimento Sindical, juntamente com outras instância da sociedade civil, tomarem alguma atitude, isso quer dizer, ir além de visitas protocolares a ministros e congressistas, e convocar o povo a ir às ruas, pois, pelo que sabemos, é isso que tem força para mudar as coisas. Será que nos esquecemos das ruas? Não deveríamos, pois é lá que está nosso poder. A democracia não se limita aos deputados e senadores e sindicalismo de gabinete não funciona.
A inércia só agrava a situação, a sociedade civil organizada, incluso o Movimento Sindical, deve dar, imediatamente, total e irrestrita solidariedade ao STF e ao Governo do Presidente Lula. Se não começarem a fazer isso, nas praças e ruas, talvez venham a se arrepender em 2026. Aí será tarde demais, só nos restará chorar o leite derramado.
Airton dos Santos – Economista
Subseção do Dieese no Sindnapi
Fev./2025